15 janeiro 2007

VIII Sonho

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O SONHO DE ANNA

Eu estava sobre uma água escura e quase imóvel.
No barco havia mais mulheres e crianças, pálidas pela falta de sono, bem agasalhadas por causa do frio. O barco raspou um cais decrépito e desembarcámos com dificuldade. Um pouco mais acima na encosta havia uma casa solitária; brilhava numa janela uma luz fraca. O solo diante da casa era pedregoso e rodeado de anexos derrocados. Pairava sobre a cena uma meia luz cor de cinza e a floresta parecia negra e impenetrável. Reconheci o local e a casa (familiares e no entanto estranhos). Uma mulher estava de pé junto à bomba de água ferrugenta. Carragava dois baldes pesados. Para lá da floresta, havia a luz de um fogo que ficava mais e mais brilhante.


Ingmar Bergman
A Paixão
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