13 janeiro 2007

X Memória

.
Deixas rasto no meu peito durante horas. Dou com
cabelos teus colados, dias depois, à roupa do meu sorriso.
Encontro nos vincos mais longínquos dos meus
dedos o cheiro parado do teu olhar tão móvel. Procuro-te
nas esquinas dos instantes que passam. Reconheço-te
no vinco que a ternura deixa na carne do peito do
meu olhar, aquele que deito para longe, para outra esquina,
de onde recebo mensagens de outro olhar igualmente
teu, igualmente meu, reflectido na montra de
uma loja do nosso sono.

Deslizo. Deito-me sobre as lembranças.

[...]

O amor compassado e irregular como um signo.

E procuro-te sempre, na ausência da carne que os dias
me traçam na pele.

E depois na presença eu
..............presença tu
.
Manuel Cintra
.

1 comentário:

Claudia disse...

Simplesmente bonito...

Obrigada por isso.

Beijo